Mariana Kotscho
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Espaços para amamentação em escolas públicas crescem mais de 800%

O jornalista Raphael Preto Pereira comenta sobre as dificuldades e necessidades da amamentação em espaços públicos

Raphael Preto Pereira* Publicado em 13/05/2023, às 06h00

Prefeitura de SP criou o programa Amigo do Peito em 2017
Prefeitura de SP criou o programa Amigo do Peito em 2017

Uma pesquisa feita pela Prefeitura de São Paulo, realizada em Centros de Educação Infantil, mostrou que mais da metade das mães entrevistadas, 57% do total, encontram dificuldade para conciliar amamentação e retorno ao trabalho.

Segundo a mesma pesquisa, em pergunta dirigida as instituições de ensino, 16% relatam ter dificuldade total ou parcial para realizar o acompanhamento do aleitamento materno.

O munícipio criou em 2017, o programa Amigo do Peito, realizado em escolas e que tem como foco a realização de atividades sobre a conscientização da necessidade da amamentação, além da abertura em escolas de espaços específicos para fim, hoje presentes em 82% das escolas.

No primeiro ano completo do programa, 2018, eram 93 unidades contempladas com o selo amigo do peito, hoje, são 875 unidades, o que segundo a gestão municipal indica um aumento de 843% no número de unidades cerificadas como “amigas do peito”.
A prefeitura ressalta que para receber tal certificação cada instituição de ensino precisa preencher um formulário e realizar ações que estejam nesses três eixos: família, ambiente e equipe. É preciso que as unidades escolares realizem 50% das ações propostas em cada eixo.

Outras dificuldades citadas pelas mães das crianças para realizar o processo são: a dificuldade para se locomover do Centro de Educação Infantil, citada por 44% das entrevistadas. 64% das mães relatam o desejo de continuar amamentando.

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A prefeitura também ressaltou, em nota, que para participar do programa, as unidades educação podem fazer uso de espaços multiuso, ou seja, não é necessário que haja um espaço específico para a amamentação:

Para amamentar o bebê, o CEI pode acolher as mães e os bebês em algum espaço na unidade para a amamentação, não sendo necessário um espaço exclusivo para isso, podendo o CEI adaptar o ambiente conforme as possibilidades e os recursos da unidade.” Afirmou a prefeitura em nota.

Os especialistas recomendam alimentação exclusiva com leite materno até os seis meses de idade. Depois, a amamentação pode ser complementada com uma dieta de alimentos sólidos.

Segundo o levantamento houve uma diminuição em 2020 e 2021 do número de mães que estavam amamentando, a pesquisa também aponta que isso pode ter acontecido por conta da pandemia, que de acordo com o documento “pode ter influenciado a frequência da lactantes” nas escolas.

A pesquisa teve 1324 respostas. E foi respondida 51% dos Centros de Educação Infantil presentes na cidade de São Paulo, tanto os conveniados quanto os de administração direta. O direito da mãe amamentar o filho está resguardado no artigo 400 da constituição federal, além disso, o munícipio possui uma legislação específica para este fim desde 2015, em que também, está prevista a criação de uma estrutura de apoio nas creches.

*Raphael Preto Pereira é jornalista e colaborador deste site