Mariana Kotscho
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Futuro da educação: crianças e jovens podem aprender apenas com inteligência artificial

A tendência com inteligência artificial é que aplicativos de aprendizagem evoluam e possam complementar o ensino nas escolas

Redação Publicado em 13/03/2024, às 06h00

Entenda como a ia pode impactar na educação
Entenda como a ia pode impactar na educação

Aplicativos de aprendizado baseados em Inteligência Artificial (IA), ao estilo Duolingo Sololearn e Brainly, têm um grande potencial para substituir os ensinos fundamental e médio, segundo Sandor Caetano, especialista em IA, e coautor do livro "O Cientista e o Executivo - Como o iFood usou a inteligência artificial para revolucionar seus processos, criou vantagem competitiva e se tornou um case mundial de sucesso", da editora Gente. Hoje em dia, plataformas desse tipo normalmente se destinam ao aprendizado de idiomas, mas com a tecnologia que elas carregam, em breve elas poderão ser aplicadas para todas as disciplinas ensinadas nas escolas.  

Sandor Caetano, acredita que a inteligência artificial poderá formar crianças e adolescentes nos ensinos fundamental e médio a partir de suas casas ou de qualquer outro lugar. O uso de IA na educação pode incluir aprendizado adaptativo e personalizado; sistemas de tutoria inteligente, que consiste em tutores alimentados por IA e atuam como assistentes virtuais; feedbacks automáticos sobre as atividades; criação de conteúdo alimentado por IA; chatbots para tarefas administrativas, que lidam com perguntas sobre horários, matrículas e outras consultas comuns; além de proctoring, uma espécie de fiscal para evitar comportamentos suspeitos durante exames online.

“Talvez um dia a experiência de ir para a escola seja totalmente transformada. Possivelmente mais voltada para aspectos sociais, prática de esportes e outras atividades que também contribuem para a formação dos jovens", afirma. “Ao criar aplicativos que cobrem uma variedade mais ampla de temas, podemos tornar a educação mais acessível e fortalecer a aprendizagem em várias áreas do conhecimento”, completa.

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Um dos motivos pelos quais os aplicativos de idiomas com IA são tão eficientes no ensino é o uso da gamificação, ou seja, a aplicação de mecanismos e dinâmicas de jogos que têm como propósito motivar e instruir os usuários de maneira lúdica. "Isso torna o aprendizado mais envolvente e eficaz. Esses aplicativos oferecem uma variedade de atividades interativas, transformando o processo de aprendizagem em uma experiência recreativa e motivadora", diz Sandor. Ultrapassar cada nível, como em um videogame, desafia os usuários a progredirem e conquistarem feedbacks instantâneos, o que permite ajustes contínuos no processo de aprendizado.

A personalização da aprendizagem, considerando necessidades específicas dos alunos, é outra vantagem significativa do uso da IA na educação. Em um projeto da Universidade do Estado da Geórgia, financiado pela Fundação Gates, plataformas de inteligência artificial coletam informações sobre alunos e ajustam o conteúdo do curso conforme necessário, com o objetivo de fornecer uma experiência personalizada que impulsione o conhecimento. “Esse projeto experimental avaliou a eficácia dos materiais do curso utilizados em sala de aula na graduação de Economia. Os resultados apontam para uma maneira interessante de estimular o aprendizado também no ensino superior”, informa Sandor.

No entanto, apesar do potencial que a IA tem para revolucionar a educação, ela ainda não é isenta de erros. “A integração da IA na educação pode resultar em uma abordagem mais eficaz e inclusiva para educar as gerações futuras, mas atualmente ela ainda pode apresentar falhas em alguns momentos. A tecnologia é projetada para ‘sugerir’ os próximos passos, então é importante ficar atento às informações que os aplicativos podem trazer”, alerta. Além disso, por mais que a inteligência artificial seja um ótimo meio para a educação, é imprescindível a presença de professores. “A IA é uma ferramenta maravilhosa, mas a presença de educadores humanos deve ser mantida para gerar um relacionamento entre os alunos e fornecer orientações em assuntos mais complexos e empatia”.