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Vacina contra a pólio será atualizada em 2024: sai a gotinha e entra a injeção

Ortopedista pediátrico garante que a vacina é o único caminho para manter a poliomielite silenciada

Redação Publicado em 18/07/2023, às 12h00

É importante sempre manter a carteirinha de vacinação atualizada
É importante sempre manter a carteirinha de vacinação atualizada
O Ministério da Saúde anunciou que vai substituir, aos poucos, as gotinhas contra a poliomielite, a Oral (VOP), pela versão inativada (VIP), nos postos de saúde de todo o Brasil. Segundo a pasta, a VIP, aplicada por injeção e já utilizada nas três primeiras doses do esquema de imunização, estará disponível também para o reforço aos 15 meses, a partir de 2024. A quinta dose, dada aos 4 anos, deixará de ser necessária.
A pólio é uma doença viral que acomete o sistema nervoso, compromete o sistema periférico, a medula e aparece de forma aguda. As crianças são as mais atingidas pela manifestação grave do vírus. Inicialmente, há um enfraquecimento dos membros inferiores que, com o avançar da doença, ficam completamente imóveis.
Segundo o ortopedista pediátrico David Nordon, que também é professor da disciplina de Saúde Pública da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – Campus Sorocaba – PUC Sorocaba, a pólio não é uma condição tratável. “A vacina é a única forma de prevenir. A doença tem o poder de causar paralisia irreversível em alguns casos. Porém, pode ser facilmente evitada por meio da vacinação, que é ministrada à população mundial desde 1955”, afirma.
A cura da pólio não é conhecida. No entanto, com três doses da vacina é possível chegar a quase 100% de imunidade. “Casos de paralisia infantil adquiridos no passado são tratados até hoje no país. Porém, como a doença deixou de ser vivenciada pela população por conta da erradicação ocasionada pela vacina, boa parte das famílias brasileiras não a conhecem”, constata o ortopedista.  

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A mudança da gotinha para a injeção foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que considerou as novas evidências científicas para proteção contra a poliomielite. Para a decisão, os responsáveis analisaram critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais sobre o tema.
A pandemia da Covid-19 fez com que o esquema de imunização básica fosse esquecido pela população. Deixar de vacinar é expor as crianças aos mais diversos tipos de vírus. Por isso, é importante ficar sempre atento à carteirinha e aplicar as doses disponíveis. Não vivenciar a doença há quase 30 anos é um feito incrível e devemos insistir para que ele seja mantido. A única solução é a vacinação”, finaliza Nordon.
A partir de 2024, a vacinação contra poliomielite funcionará da seguinte maneira:
  • Primeira dose: vacina injetável, aos 2 meses de vida;
  • Segunda dose: vacina injetável, aos 4 meses de vida;
  • Terceira dose: vacina injetável, aos 6 meses de vida;
  • Quarta dose: vacina injetável, aos 15 meses de vida.