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Ano novo, ansiedade antiga

Consumo de medicamentos para dor e ansiedade aumenta nesta época do ano

Redação Publicado em 29/12/2022, às 06h00

O fim do ano costuma vir acompanhado de estresse acumulado
O fim do ano costuma vir acompanhado de estresse acumulado

Mais um ano termina e como diz a canção: começa outra vez. Um novo ciclo, novas expectativas e o medo que toda situação desconhecida acarreta. Resultado: a ansiedade toma conta de tudo e faz um estrago enorme. Segundo o médico acupunturista e diretor do Colégio Médico de Acupuntura (CMBA), Dr. Luiz Sampaio, o novo tem seu lado assustador por ser desconhecido e principalmente porque colocamos nele nossas fantasias e expectativas.

No mundo das nossas fantasias, como nos contos infantis, existem as fadas e as bruxas. As fadas representam nossos desejos realizados enquanto que as bruxas são prenúncios de catástrofe e sofrimento. O final de um ano e o início de outro ciclo nos obriga, mesmo que instintivamente, a fazer o tão temido “balanço” de nossas vidas. É aquele momento em que analisamos o que prometemos para nós mesmos e o que conseguimos ou não realizar. Sabemos que quando nossas expectativas não são satisfeitas, qualquer evento se torna frustrante e nesse período isso ganha mais peso.

Lidar com nossos dramas pessoais e familiares, que são fontes de frustração, insegurança social, tanto no terreno econômico como político e também na área da saúde, tornam o cenário propício para a ansiedade reinar absoluta. A má qualidade do sono, que altera nossa produtividade, prejudica nossa concentração, causa cansaço e desânimo é um importante sinal.

A irritabilidade e consequentemente a diminuição de tolerância também são sintomas comuns. “Precisamos estar atentos aos sinais que nosso corpo emite. Todos esses conflitos geram sofrimentos e se manifestam no plano físico sob a forma de dor”, acrescenta Dr. Sampaio.

É por este motivo que os medicamentos para dor, para dormir, os calmantes e os antidepressivos têm nessa época uma prevalência de uso, para não dizer, mesmo, de um certo abuso com seus efeitos colaterais adversos. Os hipnóticos, popularmente conhecidos como medicamentos para dormir, embora promovam a sensação de uma noite bem dormida, alteram, na sua maioria, os ciclos do sono, afetando principalmente a fase de sono profundo, quando acontece a reconstituição do organismo.

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Os analgésicos, não raro associados a anti-inflamatórios, também não são isentos de efeitos adversos, a exemplo da alterações do funcionamento do estômago causando má digestão e azia. Os ansiolíticos e antidepressivos comprometem nossos reflexos, o que nos torna mais suscetíveis a acidentes.

Mas calma! Tratamentos alternativos ao farmacológico, menos propensos a desencadearem efeitos adversos, são os mais recomendáveis para esse momento e, nesse contexto, a Acupuntura desempenha um papel importante. Vários estudos têm demonstrado a ação da Acupuntura sobre o sistema nervoso, endócrino e imune. Por promover a liberação de substâncias endógenas, ou seja aquelas produzidas pelo próprio organismo, a chance de se produzir qualquer malefício é praticamente nula.

E preciso que se deixe claro, entretanto, que a Acupuntura, não é uma medicina alternativa, mas um tratamento médico não farmacológico, e portanto só deve ser aplicada após uma consulta médica adequada, onde sejam afastadas doenças que exijam tratamento cirúrgico ou mesmo farmacológico.