Mariana Kotscho
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Meu adolescente está com acne, o que fazer?

A médica e colunista Renata Kotscho fala sobre como lidar com a acne presente na pele dos jovens

Renata Kotscho* Publicado em 19/09/2022, às 06h00 - Atualizado às 17h35

As espinhas são comuns entre jovens adolescentes
As espinhas são comuns entre jovens adolescentes

Acne é uma doença de pele muito comum na adolescência. A tempestade de hormônios da puberdade, entre vários outros efeitos no corpo, estimula as glândulas sebáceas - o que acaba facilitando o desenvolvimento de acne no rosto. Fatores ambientais e genéticos irão determinar a gravidade da acne e muitos pais acabam revivendo seus traumas da adolescência quando começam a aparecer espinhas nos filhos.

Da mais leve à mais grave, a acne não deve ser menosprezada. A aparência tem um peso importante na vida dos adolescentes que estão querendo ser aceitos entre seus colegas, fazer parte de um grupo. Infelizmente, muitos adolescentes com acne sentem vergonha da sua pele, acabam se isolando e podem desenvolver quadros depressivos. Acne não é frescura e não basta dizer que “vai passar”.

A boa notícia é que o tratamento de acne se desenvolveu muito nas últimas décadas e ninguém precisa mais passar a adolescência inteira sofrendo com o problema. 

Os casos mais leves podem ser tratados com dermocosméticos ou medicamentos tópicos. Produtos à base de derivados de ácido retinóico, glicólico ou azeláico, peróxido de benzoíla e esfoliantes à base de ácido salicílico têm comprovação científica no combate à acne. 

Peelings seriados e limpeza de pele com um esteticista bem treinado também ajudam a acelerar o tratamento, assim como tratamentos à base de led azul (que tem ação antibactericida e anti inflamatória).

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Quando o tratamento tópico não é suficiente para controlar o problema, é hora de lançar mão da medicação oral.

Para as meninas, é possível fazer uso de anticoncepcionais que ajudam a controlar a tempestade de hormônios e resultam na melhora da acne. Outra opção é a espironolactona, um remédio usado para controlar a pressão arterial mas que também inibe a produção dos hormônios que pioram a acne.

Os antibióticos são outra opção de tratamento para ambos os sexos. Normalmente são usados antibióticos da classe das tetraciclinas, em baixa dosagem, por longo período de tempo. O que se espera é que a ação anti inflamatória desse antibiótico reduza a vermelhidão da pele e as espinhas inflamadas.

Nos casos mais graves, o tratamento é feito com isotretinoína, conhecido pelo nome de referência Roacutan. O Roacutan diminui a atividade e reduz o tamanho das glândulas sebáceas, atuando diretamente na causa da acne. É uma medicação muito eficiente, mas que tem efeitos colaterais principalmente no fígado. Também causa defeitos no desenvolvimento fetal, então é imprescindível que a adolescente em uso de Roacutan tome todas as precauções para evitar a gravidez. Mas, com acompanhamento, é um medicamento seguro que deve ser usado ou nos casos mais graves ou mesmo em casos mais leves quando os outros medicamentos não surtiram o efeito desejado.

Enfim, hoje temos uma série de tratamentos para combater a acne. Não deixe de consultar um dermatologista se o seu filho ou filha está com esse problema. Nem sempre o creme que ajudou o amigo será bom para ele e, muitas vezes, pode até piorar a pele. Mas com a ajuda profissional e disciplina, é possível controlar a acne e ter uma pele sem espinhas na adolescência.

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Renata Kotscho
*Renata Kotscho é médica formada pela Unicamp, especializada em medicina estética pela American Board of Aesthetic Medicine e responde aqui as perguntas das leitoras do site sobre cuidados com a pele, unhas e cabelos. Mande sua dúvida no Instagram @drarenatakotscho ou no email criado para essa coluna  amigadaminhapele@gmail.com.