Mariana Kotscho
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Os riscos das mochilas pesadas na volta às aulas

As mochilas pesadas podem realmente causa danos na coluna de crianças e adolescentes. Fiquem atentos

Redação Publicado em 31/01/2024, às 06h00

Entenda as consequências da mochila escolar pesada
Entenda as consequências da mochila escolar pesada

Carregar uma mochila pesada diariamente nas costas pode provocar problemas para a coluna desde cedo. “A mala escolar sobrecarregada provocará contração incorreta dos músculos, trazendo, no curto prazo, dores cervicais, lombares e nos ombros. No longo prazo, prejudicará a coluna e o crescimento”, explica o ortopedista David Nordon.

Evitar que as crianças levem para a escola além do necessário para aquele dia de aula. Outra opção é a escolha por um modelo diferenciado de mochila. “As que trazem rodinhas - estando o puxador bem ajustado, que permita à criança manter os ombros nivelados - aliviam o peso das costas. E, para quem deseja mochila, há também uma mais ergonômica, com três pontos de apoio: um em cada ombro e o terceiro preso à cintura”, comenta o médico. 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 70% dos problemas de coluna que surgem na fase adulta estão relacionados ao excesso de peso carregado nos anos escolares. Para Nordon, o fato do estudante escolher a mochila já é um sinal de alerta. “Levar muito peso diariamente provoca tensão extra nas costas e nos ombros, causa dores e possíveis problemas à saúde estrutural do corpo. O recomendado é que as mochilas não ultrapassem 10% do peso corporal”, relata.

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Um segundo dado alarmante veio de um estudo feito no Oriente Médio, que revelou inadequação em móveis escolares. Segundo o relatório, o mobiliário está inadequado em medidas para 75% a 94% das crianças. E, nos EUA, menos de 20% dos móveis do ambiente escolar dos alunos, de 6ª a 8ª série, são compatíveis com os alunos. No Chile, esse dado varia entre 72% e 100%. Diante desse cenário, o médico recomenda aos pais e responsáveis uma visita ao estabelecimento de ensino para checar se o mobiliário está de acordo com as especificações da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas e também do INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. “Apesar da existência das legislações vigentes em nosso país, nem sempre há o cumprimento delas. 

Outro vilão do cotidiano da nova geração é o smartphone. A tecnologia traz facilidades, mas também patologias. Uma delas é o “Pescoço do Celular ou Pescoço Tecnológico”, descoberta em 2007. “A posição da cabeça para visualizar a tela do aparelho, como olhar para baixo, por exemplo, sobrecarrega todo o sistema de sustentação formado por músculos e vértebras. A gravidade aumenta em até 5,5 vezes o peso do crânio humano, que é de aproximadamente 5kg em média. Esse posicionamento excessivo e repetitivo provoca tensão nos ombros e trapézios, além de dores cervicais e na coluna. Evitar o problema é bem simples: oriente as crianças e os adolescentes para que evitem olhar para o aparelho sempre ou por muito tempo na mesma posição”, finaliza o médico.