Mariana Kotscho
Busca
» ÁLCOOL

Consumo de álcool dos pais ou de responsáveis pode expor crianças ao risco de afogamento

Capacidade de atenção é afetada pela ingestão de bebidas alcoólicas e isso aumenta o risco de afogamento

Redação Publicado em 26/02/2024, às 06h00

Não beba enquanto for responsável por uma criança na piscina
Não beba enquanto for responsável por uma criança na piscina

Verão e água é uma das combinações mais gostosas para os dias de calor. No entanto, o período de lazer e tranquilidade pode mudar rapidamente se não forem tomados os devidos cuidados para evitar afogamentos com crianças e adolescentes, maiores vítimas dos casos fatais, de acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático – SOBRASA.

Especialmente se a diversão envolver o consumo de bebidas alcoólicas, a atenção deve ser redobrada. Justamente por isso, a SOBRASA e o CISA – Centro de Informações sobre Saúde e Álcool estão juntos para chamar a atenção de pais e responsáveis sobre o perigo da combinação álcool e ambiente aquático.

Segundo o Secretário-geral da SOBRASA, Dr. David Szpilman crianças devem estar sempre sob a supervisão de adultos responsáveis. “O afogamento é a primeira causa de morte de crianças entre 1 e 4 anos no Brasil, por isso não dá para descuidar nenhum segundo, mesmo em águas muito calmas ou quando as crianças estiverem utilizando coletes salva-vidas, completa Szpilman.

Arthur Guerra, psiquiatra e presidente executivo do CISA, explica que o álcool, mesmo em pequenas concentrações, é capaz de alterar os reflexos e aumentar o tempo de reação dos pais ou responsáveis. “Conforme o consumo de álcool aumenta, essa concentração se eleva no sangue, provocando uma redução na capacidade de atenção e de discernimento, o que afeta diretamente os cuidados na supervisão de crianças”, alerta.

A recomendação das entidades é que um dos adultos não beba e fique responsável pela supervisão das crianças. “Assim como existe o motorista da rodada, incentivamos que haja o ‘pai da rodada’”, recomenda Szpilman.

Veja também

Confira outras regras de segurança que podem evitar o risco de afogamentos entre crianças e adolescentes na piscina:

  • Restringir o acesso a piscina sem o acompanhamento de um adulto e, crianças abaixo de 10 anos de idade têm de estar acompanhadas de um responsável.
  • Cercar a piscina para dificultar o acesso. Isso pode ser feito com cerca de 1,10m de altura, se possível transparente e que não seja escalável. Cuidado para que não tenha abertura por onde a criança possa passar. Deve ter um portão que abra para fora e cujo trinco seja automático e esteja pelo lado de dentro.

Outras dicas de prevenção são: frequente apenas praias que tenham o Guarda-vidas presente; observe as bandeiras de sinalização, evitando entrar na água quando demarcada com a bandeira vermelha (alto risco de afogamento), ou preta (área não protegida por guarda-vidas). Também evite entrar na água para salvar quem está se afogando, pois diariamente 2 brasileiros morrem afogados dessa forma. Procure jogar um material flutuante, chame um guarda-vidas ou o Corpo de Bombeiros (193) e aguarde o profissional chegar. E, caso seja pego por uma corrente fique calmo, não lute, flutue e acene por ajuda.

Sobre a SOBRASA

A SOBRASA é uma entidade sem fins lucrativos que atua unindo o Brasil na redução de afogamentos. Nosso trabalho abrange a educação, prevenção de afogamentos, o treinamento de guarda-vidas, a conscientização e educação da sociedade e a busca por políticas eficazes de segurança nas águas. Acreditamos que a prevenção é a medida mais eficaz para reduzirmos as mortes por afogamento no Brasil, e que todos têm o direito de aproveitar nossas belas praias, piscinas e rios com segurança. Todo nosso conteúdo encontra-se disponível em nosso site, nas redes sociais @sobrasa e em nosso canal do Youtube @SobrasaBrasil

Sobre o CISA

O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais referências no Brasil sobre este tema e desde sua fundação, em 2004, vem contribuindo para a conscientização, prevenção e redução do uso nocivo de bebidas alcoólicas. Qualificada como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), a instituição dedicase ao avanço do conhecimento na área, atuando na divulgação de pesquisas e dados científicos com linguagem acessível, na produção de materiais e conteúdos educativos e no desenvolvimento de outros projetos, como a publicação “Álcool e a Saúde dos Brasileiros”, um levantamento inédito que anualmente traz análises exclusivas sobre o uso de álcool no Brasil e seu impacto na saúde da população. Acesse nossos canais no YouTube, Instagram, Facebook e Twitter e junte-se a nós na missão de reduzir o uso nocivo de álcool!