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Quando o tema é o mioma não se deve falar de tamanho, mas do risco que ele pode causar

Miomas uterinos são tumores benignos que que atingem mais de 80% delas após os 50 anos de idade. Entenda o mioma

Alexandre Silva e Silva* Publicado em 01/08/2022, às 16h31

Os miomas submucosos podem ser considerados os grandes vilões
Os miomas submucosos podem ser considerados os grandes vilões

Com que tamanho um mioma oferece risco e deve ser retirado? Essa é uma pergunta frequente de mulheres que são diagnosticadas com miomas uterinos. Como os exames trazem no diagnóstico a dimensão e o volume, é comum as pacientes usarem esse fator como régua. Mas é preciso ficar claro que nesse caso “tamanho não é documento”.

É preciso entender que os miomas devem ser tratados principalmente, a partir do momento que causam sintomas e que, não obrigatoriamente, esses sintomas estão relacionados com o tamanho dos nódulos. 

A localização desses nódulos muitas vezes é muito mais importante, no que diz respeito a causa de sintomas do que o tamanho deles. 

Um mioma de 1 centímetro de diâmetro que se encontra por dentro da cavidade uterina (submucoso), devido à sua íntima relação com o tecido de glândulas que reveste o útero por dentro (endométrio), é capaz de causar muito mais sintomas do que um nódulo de 10cm que esteja por fora da parede do útero. 

Os miomas submucosos podem ser considerados os grandes vilões, quando se trata de sintomas e danos à saúde. Frequentemente associados ao aumento do fluxo menstrual e dores abdominais em cólicas, mesmo quando pequenos, podem levar a mulher a um quadro de anemia severa e suas consequências como o cansaço, perda da disposição e perda de performance na necessidade de qualquer esforço físico. 

O diagnóstico preciso e detalhado dos miomas uterinos não deve ser banalizado, principalmente quando pensamos em tratamentos conservadores visando a preservação do útero. 

Um exame de ultrassonografia pélvica e transvaginal pode levantar a suspeita sobre a presença dos nódulos no útero, mas a precisão e detalhamento da ressonância nuclear magnética de pelve com contraste é imbatível nessa questão. Através desse exame é possível precisar exatamente o número de nódulos, sua localização e relação com as paredes uterinas e seu tamanho. 

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Com essas informações em mãos, o cirurgião é capaz de planejar a melhor abordagem para o tratamento, e consequentemente oferecer maior eficiência no intraoperatório e melhores resultados no pós-operatório. 

Isso não quer dizer que devemos dar menos atenção aos nódulos que se encontram por fora das paredes uterinas, que apesar de não impactar diretamente na saúde das mulheres, podem ser fator de infertilidade quando prejudicam a movimentação adequada das tubas uterinas. 

A mensagem que fica é: o diagnóstico detalhado dos miomas faz toda a diferença no tipo de tratamento ideal para cada caso.

Dr. Alexandre Silva e Silva
Dr. Alexandre Silva e Silva

*Dr. Alexandre Silva e Silva se formou em 1995 na Faculdade de Ciências Médicas de Santos e fez residência em ginecologia obstetrícia no Hospital Guilherme Álvaro recebendo o Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia, em 1999. Título de especialista em Histeroscopia em 1998. Título de especialista em laparoscopia em 2000. Certificação em cirurgia robótica em 2007 no Hospital Metodista de Houston. Certificação em cirurgia robótica single site em 2016 em Atlanta. Mestre em ciências pela Universidade de São Paulo em 2019. Foi pioneiro em cirurgia minimamente invasiva a partir do ano de 1998. E dá aulas de vídeo cirurgia desde então. Referência em videolaparoscopia e cirurgia robótica.